domingo, 27 de junho de 2010

O PSTU é o responsável pelo impasse na construção da Nova Central

Nota da Intersindical sobre o Conclat dos

dias 5 e 6 de junho de 2010 em Santos



1 - A Intersindical saúda todas as entidades sindicais e movimentos populares que se empenharam em construir o CONCLAT, fazendo inúmeras assembleias com os trabalhadores e trabalhadoras, elegendo delegados e delegadas, fazendo um esforço político e financeiro para a viabilização do Congresso da Classe Trabalhadora – Conclat, na perspectiva de construir um instrumento de luta, uma central, para organizar e dar voz a todos os lutadores e lutadoras, para organizar e aprofundar o combate ao Capital e aos governos neoliberais.

2 - Infelizmente, o que não desejávamos aconteceu! Tivemos que interromper o processo de fundação da central. O debate sobre a construção da nova Central (natureza, política e nome) revelou a mais absoluta falta de vontade, por parte da maioria da CONLUTAS, em construir uma síntese de opiniões divergentes, optando pelo método, a partir de uma maioria numérica (pequena e eventual) de delegados e delegadas no congresso, de querer impor uma única visão.

3 - O setor majoritário, Conlutas, de forma intransigente, impôs uma limitação ao riquíssimo processo de unidade, que culminou, simbolicamente, no debate de nome. A Intersindical e diversos setores sempre deixaram explícito que era preciso construir o NOVO, que não aceitávamos a simples junção de nomes, que era necessário um nome que expressasse uma concepção política classista e independente dos trabalhadores e trabalhadoras; e que neste processo de complexo de construção da unidade, o método deveria ser o da construção coletiva, sem exclusão e sem preponderância de qualquer setor.

4 - Para nós, e para maioria dos lutadores e lutadoras presentes no Conclat, qualquer nome defendido pelas organizações convocantes, seria absolutamente aceito por todos os delegados e delegadas do congresso, exceto um que significa-se a justaposição de apenas duas experiências que, apesar de importantes, têm limitações e que por isso mesmo se esforçaram com outros setores para realizar este congresso e construir a unidade. A construção desta unidade é mais que apenas um ajuntamento de parte das organizações que estão envolvidas hoje.

5 - Para nós da Intersindical o processo de formação da Central está em curso. Os impasses que perduram, dizem respeito à concepção de central e de democracia operária e culminou na tentativa de imposição por parte do setor majoritário em aprovar como nome da central “Conlutas-Intersindical”, mesmo com a nossa desautorização, expressa em plenário, sobre a utilização do nome da Intersindical na proposta.

6 - Reiteramos nossa disposição em construir um instrumento de luta unitário dos/das militantes combativos/combativas que defendem a superação do capitalismo, mas reafirmamos também que não aceitaremos o método da imposição que se expressou no debate sobre o nome Conlutas-Intersindical não possibilitando a unidade e desrespeitando a caminhada e o esforço coletivo de todos os setores presentes nesta construção. Muito menos condiz com a idéia de uma Central que faz uma síntese da rica experiência do processo de reorganização do movimento sindical e popular dos últimos anos e que se abre para incorporar o máximo possível da nossa classe na luta contra a exploração.

7 - Nos orgulhamos muito em saber que todos os setores que participaram do Conclat seguem juntos na luta, contra a repressão aos movimentos sociais, contra a retirada de direitos, pelo fim da exploração capitalista e contra os governos que aplicam estas políticas. Conclamamos que cada setor se esforce para superarmos os impasses e concretizar uma organização comum que anime e organize e luta dos trabalhadores e trabalhadoras para que estes possam dar sua contribuição, rumo a construção do socialismo.

Coordenação Nacional da Intersindical


O MOVIMENTO AVANÇANDO SINDICAL (MAS) REPUDIA O OPORTUNISMO E A IRRESPONSABILIDADE RECORRENTE DO PSTU

A REPETIÇÃO DE MÉTODOS IMPOSTOS POR MAIORIAS ARTIFICIAIS SÓ EVIDENCIA QUEM NÃO TEM COMPROMISSO COM A CONSTRUÇÃO DA CENTRAL CLASSISTA.

A realização do Congresso da Classe Trabalhadora – CONCLAT, na cidade de Santos-SP, nos dias 5 e 6 de junho, tinha tudo para ser um evento repleto de êxito, não fosse a falta de bom senso por parte da maioria Conlutas, hegemonizada pelo PSTU. A partir do momento em que o PSTU tentou, contando com uma maioria eventual, impor a sua forma de organização ao conjunto dos trabalhadores e trabalhadoras que ali estavam na condição de delegados e delegadas eleitos pela base, acabou por interditar, talvez de forma irremediável, mais de cinco anos de acúmulo com vistas à construção de uma Central das Classes Trabalhadoras.

Militantes da Conlutas; da Intersindical; do Movimento Avançando Sindical – MAS; do Movimento Terra, Trabalho e Liberdade – MTL; do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto – MTST; da Pastoral Operária - PO Metropolitana de São Paulo, e de várias outras organizações, têm feito esforços sobre-humanos para construir uma Central combativa, classista, autônoma com relação aos patrões, ao estado e aos governos; independente com relação aos partidos políticos e aos credos religiosos; que reúna trabalhadores do campo e da cidade, com ou sem carteira assinada, com ou sem emprego, mas que queiram se organizar como integrantes da imensa massa de explorados e oprimidos de nosso país; uma Central que refugue para a lata de lixo da história o sindicalismo de cartório, oficialesco, subordinado aos ditames do estado autocrático burguês; uma Central que respeite e apóie todas as lutas econômicas e imediatas dos trabalhadores e trabalhadoras, que oriente o conjunto destas lutas com bandeiras mais elevadas para a emancipação do trabalho diante da exploração e a opressão capitalista, sendo ela própria uma escola para a construção do socialismo; uma Central democrática, que respeite o conjunto de seus integrantes, que esteja submetida à vontade das bases, que saiba incluir as minorias sem abdicar da condição de Central Classista; uma Central que não pretenda submeter nenhum outro setor oprimido à sua própria natureza e caráter, com cifras burocráticas de participação que engessam a própria Central Classista, e que destroem a autonomia dos outros setores.

Sem qualquer dúvida, essa era a vontade mais profunda da imensa maioria das delegadas e dos delegados participantes do CONCLAT de Santos. Mas o centralismo imposto pelo PSTU à maioria dos integrantes da Conlutas, em um congresso desta, realizado exatamente na véspera do CONCLAT, impossibilitou o debate franco e fraterno que garantisse a produção de novos conceitos e a construção conjunta de concepções que pudessem representar minimamente a vontade de todos os setores construtores e participantes do CONCLAT. Prevaleceu, lamentavelmente, a imposição das vontades, as palavras de ordem sem conexão com uma reflexão de conteúdo, o sectarismo ao invés do diálogo apto a aceitar o argumento das outras partes. No fundo dos argumentos dos defensores das teses do PSTU, a acusação velada de que os outros são homofóbicos, racistas, machistas, elitistas e anti-estudantis. Como se estudantes trabalhadores, mulheres trabalhadoras, negros e negras trabalhadoras, homossexuais trabalhadores e trabalhadoras tivessem alguma rejeição dos opositores às teses do PSTU. Nada mais falso, mais oportunista e mais enganador! Defendemos que estudantes, negros, homossexuais, mulheres, desde que integrantes da classe trabalhadora, participem dos sindicatos, associações e movimentos de suas respectivas categorias de trabalhadores, e, portanto, estejam aptas e aptos a fazer parte da direção da Central Classista que queremos construir. Isto não significa que somos contra a existência de movimentos organizados pela condição de gênero, étnica e de opção sexual, pelo contrário, defendemos inclusive que estes movimentos façam parte de um Fórum ou Coordenação de lutas que reúnam todas as formas de lutas. Contudo, somos absolutamente contrários que isto seja um impedimento para a construção de uma central classista, pois a superação do capitalismo passa pela vitória das classes trabalhadoras sobre a burguesia, pela sua condição de classe produtora do próprio capital. Portanto, a sua organicidade enquanto classe em e para si é central! E é claro, que a Central Classista terá a tarefa de combater todas as formas de preconceitos, de formular políticas para a defesa de todos os oprimidos, e o vigor revolucionário da Central estará justamente na capacidade de construir programas neste sentido e de garantir a sua efetivação. Se uma Central que se pretenda classista, constituir-se por outras motivações que não a motivação de classe, até mesmo sua democracia interna estará prejudicada, pois estará garantida, em estatuto, a possibilidade de dupla e até de tripla representação, ou seja, se o militante não sai como delegado às instâncias da Central pelo seu sindicato, sai por outros movimentos, de opressão, gênero, etc. distorcendo a democracia interna.

Para nós do Movimento Avançando Sindical – MAS, a deliberação mais grave foi justamente a que resolveu manter, para a possível nova Central, o mesmo caráter existente na Conlutas, de outras formas de representação que não a vinculada à condição de classe trabalhadora do militante. Nós do MAS, assim como o MTL, já saímos há um ano e meio da Conlutas, também por isso. Os companheiros e companheiras da composição “Unidos para Lutar”, afirmam que não voltam mais para a Conlutas também por causa desta questão. Tantas outras entidades ou militantes de oposição nunca foram para a Conlutas por este motivo. Mas o PSTU insiste nesse ponto, e, conhecendo sua posição obreirista histórica, não nos sobra avaliação a não ser a certeza de que estão defendendo isso justamente para perpetuar sua hegemonia no interior deste movimento, pois é a fórmula que garante a todos os seus militantes serem delegados para qualquer instância da Central. E isso ficou claro em uma votação logo em seguida à votação do caráter da central, quando decidiram que os estudantes poderiam participar já da primeira diretoria da Central, mesmo que no caso deste CONCLAT nenhum era delegado pela condição estudantil, a menos que os critérios tenham sido burlados.

Quando foi votado o caráter da Central o PSTU alcançou seu objetivo principal, e nós, todos os outros, já tivemos a derrota principal, a de princípio. Mas o PSTU achou pouco, e fez aprovar o nome da Central que significa justamente a continuidade da fórmula Conlutas de ser. Além disso, ao impor o nome “Conlutas/Intersindical”, mesmo com a desautorização formalizada pela Intersindical, o PSTU humilhou todos os outros setores, todas as outras forças convocantes do CONCLAT e todos os setores que não foram para a Conlutas justamente por não concordarem com essa fórmula. Esta foi a razão pela qual a base se retirou do plenário.

E não venha o dirigente mor do PSTU afirmar que os que saíram não respeitam a “democracia operária” e que poderão voltar quando respeitarem a “democracia operária”. Não fosse irritante, essa seria uma piada de mau gosto! Atropelar de forma insensata e oportunista o conceito de classe trabalhadora e vir falar em “democracia operária” só mesmo numa situação em que o oportunismo suplantou qualquer noção de realidade. Da nossa parte, não temos nenhuma intenção de voltar se os métodos e os conceitos forem os mesmos, justamente pelo respeito que temos ao proletariado em geral e, especialmente, à classe operária.

Continuaremos defendendo os mesmos princípios apresentados em nossas teses e minimamente expostos no segundo parágrafo desta nota, assim como os métodos mencionados neste conjunto. Por falar em método, eles são importantes e expressam um conteúdo. Das questões mais específicas às mais abrangentes, os métodos são fundamentais. Quando a Conlutas e a Intersindical dirigiram todas as mesas do CONCLAT que não terminou (com exceção da última mesa, que foi dirigida pela Conlutas e por uma companheira do MTL, curiosamente que defendeu, em tudo, a mesma posição do PSTU), e a mesma dinâmica foi extensiva aos trabalhos de grupo, as outras forças convocantes do CONCLAT foram desrespeitadas, diminuídas em seus esforços para a construção de todo o processo. Isso precisa mudar para existir a continuidade de qualquer processo de construção de uma Central das Classes Trabalhadoras. É preciso mudar também a confusão na relação entre trabalho sindical e trabalho partidário. Se o CONCLAT que não terminou não teve tempo para discutir bandeiras de luta, táticas, política internacional, programa de sociedade, combate ao racismo, à homofobia, à opressão de gênero, não faltou tempo para verdadeiras pré-convenções partidárias, especialmente por parte do PSTU. Felizmente, Plínio de Arruda Sampaio não foi até lá, pois isso o colocaria no mesmo patamar do dirigente mor do PSTU neste aspecto!

Queremos construir uma Central das Classes Trabalhadoras – CECLAT, com este ou com outro nome, mas que mantenha os princípios e os métodos de Central Classista. Queremos discutir isso com todos os setores que defendem a autonomia da classe frente aos patrões, ao estado e aos governos, e sua independência organizativa quanto aos partidos políticos. Os partidos de formação social proletária são bem vindos, para fortalecer o debate da classe, trazendo subsídios, programas, instrumentos de luta; jamais para se apropriar do esforço de militantes proletários que não são de nenhum partido e, em hipótese alguma para sugar recursos financeiros dos trabalhadores e trabalhadoras para construção partidária ou para objetivos eleitorais. Apenas se um Congresso da Classe decidir, por consenso, apoiar uma determinada candidatura é que podemos admitir esta hipótese, e sem o uso de recursos financeiros das entidades de massa.

Para nós do MAS, organização convocante, o CONCLAT não terminou. Três das seis organizações convocantes e mais a “Unidos Pra Lutar” que também reivindica o processo de reorganização, se retiraram do plenário. Nós não reconhecemos, portanto, qualquer encaminhamento ou deliberação. A Conlutas, diante de uma eventual maioria, utilizou os mesmos métodos da Articulação (PT) na CUT para impor sua posição. Subverteu a democracia operária impondo na prática uma tese guia e votando tudo o que lhe interessasse. Não ouviu os apelos da metade do plenário. Não dialogou, não respeitou o fato da INTERSINDICAL ter desautorizado o uso do seu nome na central que se pretendia criar e não respeitou o fato da INERSINDICAL levar às últimas conseqüências a unidade a ponto de rachar o seu último encontro. Quem tirou a esperança da unidade foi a Conlutas. Deixemos, portanto, eles sentirem o reflexo da sua irresponsabilidade.

Continuaremos dedicando nossos esforços para construir a Central que a nossa classe tanto precisa, e queremos fazer isso com todos que estejam à altura de compreender este desafio e suas dificuldades, mas que estejam prédispostos a respeitar efetivamente todos os setores legítimos organizados na base da classe. Intersindical, Unidos para Lutar, MTL, MTST, PO, Refundação Comunista já estão no campo que reúnem os princípios básicos de Central que defendemos. Vários outros setores podem vir, e consideramos importante que venham, como os camaradas do PCB, a parte da Intersindical que não esteve até agora nesta tentativa de construção, setores independentes, militantes de base que buscam ansiosos um instrumento nacional de luta. Também conclamamos o MST para este debate, é fundamental que este setor tão importante esteja neste esforço. Com certeza a nossa classe é maior que a inconseqüência e a irresponsabilidade de pretensas vanguardas exclusivistas e excludentes. Mesmo que inicialmente com pouca expressão (o que não é dificuldade somente nossa na atual conjuntura brasileira), com certeza estes setores, aglutinados em um organismo nacional capaz de entender o momento histórico e suas vicissitudes, poderão crescer bastante em poucos anos. Defendemos a reabertura e a continuidade dos trabalhos para a construção de uma Central das Classes Trabalhadoras, classista, generosa e fraterna, desde já, sem postergação e sem ingenuidade em relação a companheiros que já mostraram, mais de uma vez, a intenção de manter a hegemonia, mesmo atropelando princípios e métodos.

São Paulo, 8 de junho de 2010.

Saudações Classistas e Fraternas!



Movimento Avançando Sindical – MAS

RESISTÊNCIA URBANA

FRENTE NACIONAL DE MOVIMENTOS

NOTA DE ESCLARECIMENTO SOBRE O CONCLAT

A Frente Nacional de Resistência Urbana, organização construída a partir do acumulo de lutas de 15 Movimentos Populares Urbanos presentes em 10 estados, vem por meio desta nota esclarecer nossa posição a respeito das afirmações feitas em nota da Conlutas e em vídeo pelo PSTU sobre nossa presença no processo de construção de uma Central de Trabalhadores.

Todos os movimentos que compõe e contribuíram na construção dessa ferramenta (a Frente de Resistência Urbana) tem como principio a autonomia em relação ao estado e o projeto de construção do poder popular. Considerando outro principio fundamental, o da construção da unidade política dos movimentos populares mais combativos do país, temos utilizado como método de decisão nesse processo de construção o consenso progressivo, o que abriga nossas diferenças e celebra nossas convergências.

Nesse sentido, sempre preservamos a autonomia dos movimentos frente ao debate de reorganização da esquerda que vem acontecendo nos últimos anos, já que entre nos existem diferentes posições acerca deste processo. Por isso decidimos que, a Frente não participaria da construção da Nova Central, ainda que

vários dos movimentos contribuam ativamente em sua construção.

Finalmente, tanto a nota no site da Conlutas, quanto o vídeo no site do PSTU citam a presença da Frente de Resistência Urbana no CONCLAT, e na própria secretaria executiva da entidade. Trata-se de um equívoco, que não contribui com a Frente, mas sim para alimentar uma disputa que não é a nossa. Nós entendemos a importância da construção de uma ferramenta de unidade das organizações da classe trabalhadora, mas não autorizamos a vinculação do nome da Frente Nacional de Resistência Urbana a esse processo.



UNIDOS POR UMA CENTRAL SINDICAL E POPULAR

Ao longo deste ano, correntes, movimentos e dirigentes sindicais trilharam o importante caminho da unidade necessária para o objetivo de superar a falta de uma direção classista e autônoma para a classe trabalhadora, órfã com a cooptação da CUT pelo governo.

Com esse espírito concordamos em convocar o Congresso da Classe Trabalhadora (CONCLAT) que foi precedido de seminários e assembléias em todo país.

A conjuntura de construção do CONCLAT, rumo a uma nova Central, é diferente da que vivemos na fundação da CUT. Aquela foi de grande mobilização, que deu origem a milhares de novos dirigentes, num processo de organização sindical de massas. Hoje, apesar de importantes lutas, não vivemos um ascenso generalizado.

Esta análise é fundamental na atual reorganização do movimento. A falta da pressão do ascenso exige que deva primar o critério unitário, de consenso e esforço para integrar todos os setores e movimentos que participam e não a simples disputa de aparatos onde quem tem uma maioria circunstancial impõe sua política para “anexar” os demais setores.

O PSTU é o responsável pelo impasse na construção da Nova Central

Somente com esta compreensão o CONCLAT poderia dar o passo qualitativo da fundação, efetiva, de uma nova central, classista autônoma e democrática. A UNIDOS PRA LUTAR defendeu que, para aprovar questões como concepção, estrutura e funcionamento, deveríamos utilizar um critério de, no mínimo, dois terços (2/3).

Alertamos desde o mês de abril, nas reuniões da Comissão de Reorganização e nos debates sobre o Estatuto, que essa deveria ser sua forma de funcionamento, pois, já no Seminário de novembro, ficou nítido o problema em relação a esses temas, os quais paralisaram os seminários, e quase colocaram em risco a realização do CONCLAT. Reafirmamos essa posição em nossa Tese e na proposta de Regimento do Congresso.

Os companheiros da Intersindical tiveram a mesma preocupação e apresentaram a proposta de votação em dois turnos. Coerentes com a lógica de um primeiro congresso.

Infelizmente, o PSTU, nessa oportunidade, priorizou a disputa de forças e o método de rolo compressor, sem a sensibilidade do momento e a verdadeira necessidade de construir com todos. Ao seguir dessa forma durante todo o Congresso, como resultado obteve a retirada de cerca de 40% dos delegados que não aceitaram o ultimatismo imposto, desconsiderando as posições de quase metade do Congresso.

O PSTU claramente centralizou seus esforços na disputa de aparato, fato comprovado durante o CONCLAT, que pouco debateu sobre programa, calendário de lutas, fortalecimento das oposições, coordenação das mobilizações que enfrentam os governos e os patrões. Isso se refletiu nos grupos de discussão onde o centro de suas preocupações não foi escutar a base das categorias, suas demandas e preparar as campanhas salariais.

Dois fatos demonstraram aos delegados a indisposição da direção do PSTU para a composição diante das diferenças e levaram à saída de parte importante da bancada do Congresso. O estopim foi a questão do nome da central.

Apesar de o PSTU querer minimizá-la, sua imposição mantinha a nova central atrelada ao nome da antiga CONLUTAS. Exclusivamente para demonstrar a sua hegemonia. Ademais, no início do processo, a própria Conlutas votara abrir mão do nome em função da nova central e a Intersindical desautorizou o uso de seu nome, fatos que foram ignorados pelo PSTU em desrespeito com as demais forças no Congresso.

Outro fato, foi a integração de setores estudantis e movimentos anti-opressão que muda o caráter classista da Central. E com incorporação imediata destes setores na direção votada neste CONCLAT, quando não tinha havido nenhum debate prévio para escolher seus representantes, diferentemente dos trabalhadores e setores populares. Por isso, é falso o argumento do PSTU que se rompeu a central por causa do nome e porque não aceitamos nos submeter “democraticamente” à votação da base.

A retirada das delegações aconteceu porque o PSTU ignorou a opinião de quase metade do Congresso. Desconheceu o novo momento que requeria disposição à composição de fato. Deu primazia à disputa da hegemonia, ao invés de buscar de todas as formas os consensos e o respeito para com os demais setores. Impôs uma maioria circunstancial para fundar uma central que, para o PSTU, seria a mera continuidade da antiga CONLUTAS (até no nome). Mesmo assim, frente a esta realidade, o PSTU insiste em anúncios de que se fundou uma nova central, quando o fenômeno da unificação da nova central era a unidade entre a Conlutas, a Intersindical e a integração de outros movimentos.

A Intersindical se foi por não compactuar com os métodos e a política do PSTU. A Intersindical se foi e mesmo assim o PSTU insiste em falar em nova central. O que existe de “novo” é uma Conlutas, que incorporou alguns setores do CONCLAT. A UNIDOS também não aceitou tais imposições.

Ao PSTU, por ser maioria, cabia a responsabilidade maior para que o processo concluísse de forma positiva, mas, não, levou o CONCLAT a um impasse. Por esse motivo não se fundou uma Nova Central.


O PSTU não quer construir uma central classista

Um debate importante que devemos fazer é a posição policlassista que o PSTU tenta impor à nova ferramenta da classe trabalhadora, desprezando a posição de importantes setores, como a UNIDOS PRA LUTAR, a Intersindical, o MTST e o MAS. Esses defenderam uma central verdadeiramente da nossa classe: sindical e popular. Defendemos a unidade e os direitos das mulheres trabalhadoras, somos contra o racismo e a homofobia. Defendemos que na Nova Central se organizassem esses setores que não possuem base definida, de forma horizontal, sem direito a voto, mas garantindo a necessária unidade com todos os setores explorados e oprimidos. Evitando o erro de dupla representação da extinta Conlutas. Defendemos que as mulheres, negros e homossexuais trabalhadores devem se organizar em suas entidades de classe

Reivindicamos a verdadeira unidade entre os trabalhadores e a juventude, tendo a clareza de que esse setor da sociedade é policlassista. Na perspectiva da luta socialista, os estudantes sabem que devem estar sob direção da classe trabalhadora. A educação, da combativa juventude estudantil que nos apoiou na construção do CONCLAT, para a luta socialista, deve rejeitar a manipulação do sentimento unitário de defesa dos direitos desses setores para impor uma concepção de central policlassista. Na prática, a incorporação imediata desses setores serviu para incluir nas instâncias da nova central, inclusive em sua direção, um dirigente biônico, uma vez que o movimento estudantil e de opressões não elegeram delegados ao congresso.

Verificamos, também, no Congresso da Conlutas, um exemplo claro em que a participação de movimentos sem base definida e sem nenhum tipo de limitação determinava quem deveria dirigir nossa classe. Isso é capitulação à onda da social democracia e dos movimentos ao estilo do Fórum Social Mundial de diluição da classe trabalhadora. A rebelião e a resistência expressaram a vontade de construir uma ferramenta sindical e popular realmente NOVA, democrática, de classe, autônoma e combativa.

Continua a batalha pela construção de uma Nova Central Classista, Autônoma e Democrática

Frente ao impasse, a UNIDOS continua firme, na luta por uma central sindical e popular classista, autônoma e democrática. Esse desafio ganha força com a rebelião de base no CONCLAT.

Para poder avançar precisamos de muita democracia interna e respeito entre as forças que se dispõem a construir a nova ferramenta. A democracia operária nada tem a ver com as manobras de um partido para impor sua vontade a outras correntes e aos próprios trabalhadores. Insistimos na necessidade de atuarmos na busca de consensos. Essa foi a metodologia que permitiu uma atuação vitoriosa durante um ano e meio (FSM em Belém, Jornadas de Lutas e Calendário Unitário, Seminários Estaduais e o Nacional e finalmente, chegar ao CONCLAT).

Chamamos ao conjunto d@s lutador@s, à Intersindical e ao MAS, e também a setores que permaneceram no Congresso, como os companheiros do MTST, Conspiração Socialista, BRS e MTL e demais sindicalistas, a seguirmos firmes na construção da nova central, que será possível mediante a rediscussão sobre o caráter da central, o nome com o qual chamará à incorporação de múltiplos setores de trabalhadores e a garantia da mais ampla democracia. Nesta etapa, deveremos avançar pela busca de consensos. Está nas mãos do PSTU a possibilidade de avançarmos. É necessário que avancem em direção à resolução do impasse, para que de fato possamos construir essa NOVA ferramenta.

A UNIDOS PRA LUTAR fará todos os esforços para, junto aos demais setores, coordenar ações para um forte calendário de lutas, unificar as campanhas salariais das diversas categorias e fortalecer as oposições sindicais na luta contra o governo e os patrões e na disputa da direção de nossa classe contra a CUT, Força Sindical e demais centrais pelegas.

Esperamos que esse processo de intervenção comum na luta de classes leve ao passo decisivo de construção da NOVA CENTRAL.

São Paulo- SP, 10 de junho de 2010

Coordenação Nacional da UNIDOS PRA LUTAR

terça-feira, 22 de junho de 2010

Charge de Dalcio para o Correio Popular

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Críticos da UNE, à esquerda e à direita, tem que fazer um minuto de silêncio!


A aprovação (leia post abaixo) da reserva de 50% do Fundo Social do Pré-Sal para a educação - o que enseja agora debates de "aonde?", dentro dessa área - só tem paralelo na campanha "O Petróleo É Nosso", mas aqui, o movimento estudantil, UNE à frente foi ainda mais protagonista.
Porém, não apenas o fato histórico em si registra a força da UNE, atualmemente combatida diariamente pela grande imprensa e colunistas de direita, mas também a capacidade de mobilização (três grandes atos em BSB e uma "guerrilha virtual", ontem) que conseguiu alterar o relatório original do governo, que que tinha sido aprovado na Câmara, e dispersaria os recursos advindos da nova fonte de petróleo pelo desenvolvimento social e regional em áreas de combate à pobreza, educação, saúde, cultura, ciência e tecnologia (sendo esta umbilicalmente ligada à educação) e ambiental.
Agora, se existisse uma grande imprensa séria no Brasil, seria hora da Veja, do consórcio dos Marinho, do Estadão, da Folha et caterva virem a público e se retratarem, dizendo: "realmente, entre o 'Fora Sarney' e a luta pela soberania sobre o pré-sal, vocês estavam corretos". Afinal, historicamente, não existe comparação entre o que mais seria bom para o país.
É uma geração de diretores que entra na História, especialmente o presidente da entidade, Augusto Chagas, que pode reivindicar seu lugar no panteão dos grandes líderes estudantis.

do blog: http://juventudeempauta.blogspot.com/2010/06/criticos-da-une-esquerda-e-direita-tem.html

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Vitória no Congresso Nacional! Aprovado os 50% do Fundo social do Pré-sal para a educação!


A quinta-feira já pensava em amanhecer na África do Sul, o país da Copa, na véspera da festa de abertura do maior evento esportivo do mundo. No Brasil, os estudantes acompanhavam atentos, como a um jogo da seleção, a votação no plenário do Senado Federal que adentrou a madrugada. Por volta das 3h da manhã do dia 10 de junho de 2010, após mais de 11 horas de discussões, os senadores aprovaram -por 38 votos favoráveis, 31 contrários e uma abstenção- a criação do Fundo Social do Pré-sal. O gol, de placa, que entrou para a história, veio com a aprovação da “emenda da UNE”, que determina que 50% dos recursos deste Fundo sejam destinados exclusivamente ao financiamento da educação pública superior e básica, área considerada pela entidade como estratégica para o desenvolvimento do país.

A vitória histórica dos estudantes foi fruto de ampla mobilização da UNE, UBES e ANPG. Desde o início da semana, diretores das entidades provocaram intenso corpo corpo junto aos parlamentares com objetivo de pressionar e cobrar o comprometimento de cada um com a educação brasileira. As entidades criticaram veementemente por meio de nota oficial o primeiro relatório divulgado na terça-feira, que descaracteriza o objetivo do Fundo Social ao propor que os recursos deveriam ser destinados a diversas áreas, sem dizer claramente qual a prioridade.

Durante toda a quarta-feira, os estudantes realizaram uma Blitz no Congresso Nacional para reverter a redação do projeto e garantir os 50%. As entidades desencadearam também uma “guerrilha virtual” por meio das redes sociais. Milhares de mensagens foram enviadas para todos os senadores via twitter, o que gerou o compromisso público de muitos deles com a votação favorável à emenda.

O presidente da UNE, que ficou até o fim da votação desta madrugada no Senado Federal conversando com os parlamentares sobre a importância dos 50% para a educação, celebra a vitória como uma conquista de todo o povo brasileiro. Para ele, a vitória não é apenas desta geração. “Fiz questão de ficar até o último minuto da votação. Conversei com cada parlamentar. Mostrei a importância da nossa emenda para o futuro do nação. Fiquei realmente muito emocionado quando conseguimos a aprovação. É o sonho geracional de transformação do país. Vamos garantir para os nossos filhos e os filhos dos nossos filhos e toda uma geração de brasileiros e brasileiras um futuro promissor, com uma educação pública, gratuita e de qualidade”, disse. "Agora, vamos lutar da mesma forma e com muito mais mobilização em cada canto do Brasil pela promulgação da emenda".

sábado, 5 de junho de 2010

Coletivo “OlhoMundo” de intervenções urbanas atuará em Teresina


O Coletivo OlhoMundo de intervenções urbanas foi criado no último dia 03 de maio e é formado por estudantes e ex-estudantes da Universidade Federal do Piauí terá a intervenção urbana como forma de ação para fazer a sociedade pensar através de trabalhos criativos e que mexam com a imaginação do povo. O grupo é um dos braços de atuação do Circuito Universitário de Cultura e Arte da União Nacional dos Estudantes, CUCA-PI, chamado também de Cuca Cabeça de Cuia.

A Intervenção Urbana é o termo utilizado para designar os movimentos artísticos relacionados às intervenções visuais realizadas em espaços públicos. No início, um movimento underground que foi ganhando forma com o decorrer dos tempos e se estruturando. Mais do que marcos espaciais, a intervenção urbana estabelece marcas de corte. Particulariza lugares e recria paisagens.

O Coletivo OlhoMundo lançara suas atividades no próximo dia 20 na às 19 horas no Centro de Ciências da Educação da Universidade Federal do Piauí com a palestra “Intervenções Urbanas, Intervenções na Vida”, que contará com a presença de representantes de movimentos artísticos e professores da Instituição.

O coletivo promete envolver a comunidade em suas intervenções fazendo com que a mesma possa olhar o mundo de maneira mais crítica, principalmente buscar uma religação afetiva com os espaços degradados ou abandonados da cidade. Por meio do uso de práticas que se confundem com as da sinalização urbana, da publicidade popular, dos movimentos de massa ou das tarefas cotidianas, esses artistas pretendem abrir na paisagem pequenas trilhas que permitam escoar e dissolver o insuportável peso de um presente cada vez mais opaco e complexo.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Charge de Latuff - Atentado Terrorista de Israel

terça-feira, 1 de junho de 2010

“Precisamos pensar na UJS de um novo tempo”, diz novo presidente da UJS/PI


Cássio Borges foi eleito durante o 6º Congresso Estadual da entidade juntamente com a direção plena, composta por 51 pessoas.

Um dos momentos mais aguardados do 6º Congresso Estadual da UJS-PI era, indubitavelmente, a eleição do novo presidente e da direção pela da entidade. Depois de um dia inteiro de debates no último sábado (29), era chegado o momento de juventude votar naqueles que seriam seus representantes pelos próximos 2 anos.

Por unanimidade, foi eleita a chapa proposta pela direção anterior. Um pleito tranqüilo, que elegeu Cássio Borges para a presidência da entidade. O agora ex-presidente Eduardo Alemão, ao despedir-se do cargo, afirmou estar certo de que a UJS-PI segue em boas mãos.

Cássio deposita grandes esperanças na renovação que as eleições trouxeram. “É preciso pensar na UJS de um novo tempo. Passaremos em breve pelas eleições, debates importantes serão travados como o da questão do pré-sal. E é a atenção dedicada à essas mudanças e tomadas de decisão que nortearão essa gestão”, afirma.

O novo presidente acredita ainda que a base fincada na juventude é de fundamental importância para um futuro de lutas vitoriosas. “Estamos formando agora os lutadores dos movimentos sociais de amanhã”, garante.

A direção eleita deve ganhar os seus membros executivos nos próximos dias e conta com representantes de outras cidades e diversos segmentos da juventude.